Já pensou em ser abordado por uma pessoa desconhecida pedindo para tirar uma foto sua e perguntando como foi seu dia? Parece uma experiência bastante inusitada, mas é o que Monalisa Marques tem feito desde o dia 2 de janeiro.
Na virada do ano, se propôs um desafio: tirar uma foto a cada dia de uma pessoa diferente. A ideia se transformou no projeto Uma pessoa por dia, que já conta com mais de 4.900 seguidores no Facebook.
– Eu comecei a fazer esse projeto no susto, mas um monte de gente começou a curtir e saiu do meu controle. Quando vi, não tinha mais como voltar atrás – conta a autora.
Ela não tinha noção de que tantas pessoas fossem curtir. Ficou feliz com aquilo tudo, mas confessa que sentiu medo.
– Eu não sabia de onde surgia tanta gente. Eu não estava acreditando que ia conseguir levar isso adiante, porque tenho o hábito recorrente de começar as coisas e não terminar. Só terminei o curso de inglês porque minha mãe me obrigava. O reconhecimento me deu força para continuar e o projeto está servindo para me fortalecer também como pessoa.
Com um sorriso bem mais escancarado que o de Mona Lisa de Da Vinci, e os cabelos mais cacheados que o nome sugere, Mona, como é chamada carinhosamente pelos amigos – e eu me incluo nisso! – tem 23 anos, se formou em jornalismo pela PUC-Rio, é fotógrafa e também atua. Com um currículo desses, até parece que ela não teve problemas de timidez para falar com os desconhecidos fotografáveis… Ledo engano: Mona conta que teve que ultrapassar essa barreira para se aproximar dos seus personagens.
– Já pensei em desistir várias vezes. De vez em quando penso o que foi que eu arrumei para a minha vida. É comum bater um pico muito grande de timidez. É estranho falar com quem você não conhece, mas eu vou e pronto, é uma coisa louca.

Para abordar os eleitos, Mona estampa um sorriso na cara e chega falando “oi, com licença, tudo bem?” e, a partir daí, explica como funciona o Uma pessoa por dia – agora com mais credibilidade que nas primeiras abordagens, Mona oferece seu cartão para quem quiser acessar a página mais tarde. “Teve uma vez que me perguntaram se eu pretendia levar as pessoas para a Turquia”, conta a fotógrafa, lembrando-se da história da personagem Morena, da novela Salve Jorge, que é traficada para Istambul.
As fotos são todas feitas com uma Nikon D90 que ganhou de seu pai há três anos. Sempre tira mais de uma foto, mas seleciona a que será postada com o fotografado na mesma hora, eles escolhem juntos. Mona sempre dá a preferência às fotos mais espontâneas, mas tem quem prefira as fotos posadas.
– Tudo que é mais natural eu prefiro. Por isso é tão bom fotografar crianças. Em geral, gosto de fotografar gente, porque fotografando paisagem eu sinto como se qualquer um pudesse ter a mesma foto que eu, então a minha não vai fazer diferença.
Com uma dose de dramaticidade, Mona explica que o critério de escolha da pessoa a ser fotografada é completamente aleatório: pode ser uma pessoa exótica, uma pessoa bonita, ou alguém que esteja fazendo algo interessante, como foi o caso da senhora que pintava quadros no shopping.
– Muitas vezes eu crio um cenário na minha cabeça e vou atrás disso. Se não dá certo, fico deprimida, penso que sou idiota, que perdi a oportunidade e que não vou encontrar mais ninguém no universo para fotografar. Outras vezes, simplesmente passa uma pessoa e me dá um senso de urgência.
No fim do ano, “se tudo der certo”, como gosta de ressaltar, Mona quer fazer uma exposição reunindo todas as pessoas que fotografou.
A artista é fã de câmeras analógicas (tem uma coleção com seis dessas!) porque “é mais gostoso pela surpresa, dá aquela sensação de não saber se a foto vai sair ou não” e pondera:
– Pode ser algo que o mercado colocou na minha cabeça. Mas as câmeras digitais também têm suas vantagens. O imediatismo de se ver as fotos, por exemplo, permite um caráter mais comercial.
A fotógrafa não sabe ainda se vai estender o Uma pessoa por dia para 2014, mas tem um novo projeto em mente, que se inspirou em um semelhante: deixar uma câmera analógica descartável em algum lugar, com um bilhete do lado pedindo para a pessoa que achá-la, tirar uma foto. Assim, serão captados diversos momentos de diferentes vidas, em um mesmo lugar, com um mesmo filme.
– Quando isso acabar vai me dar felicidade, de ver tudo o que foi feito. Mas também vou ficar deprimida porque acabou.
No dia da entrevista, adivinhem quem foi a fotografada? Eu! E o resultado foi esse:
Beijos,
Ligia
Ameiii!! Não conhecia, vou visitar o blog dela e o seu está lindo!!
Beijooos
Obrigada, Caia!
estou amando ver o crescimento do blog! te amo!
Também te amo!
Quero o endereço para entregar os cabelos da minha de 5 anos . Ela cortou ontem pela primeira vez e queríamos doar!
Oi Carla, que legal!!! Visite o site de uma das instituições e envie um e-mail perguntando. Geralmente existe mais de um endereço onde você pode entregar os cabelos para doação, veja qual fica mais acessível para você! Beijos