Anthony Garcia acredita ter sido uma criança hiperativa. Cresceu vendo os altos e baixos dos pais e garante que, de uns tempos para cá – felizmente! – eles só têm tido altos. Pôde viver coisas diferentes e aprender sobre muitas outras. Para ele, o principal trabalho que seus pais fizeram foi o de terem dado a base de valores que ele carrega consigo até hoje.
Ele é um jovem de 23 anos, “com uma cabeça que não para o dia inteiro”, que trabalha sob emoções, sejam elas boas ou ruins. Com o intuito de sempre fazer algo novo, acaba fazendo “um milhão de coisas ao mesmo tempo”, querendo mudar e estar o tempo inteiro em uma constante evolução. Quando está triste, vem a inspiração para escrever e, quando está feliz, encontra bons motivos para desenhar.
Foi assim que, aos 14 anos, após machucar o pé surfando nas praias de Fernando de Noronha, aproveitou o repouso forçado, mas com visual paradisíaco, para colocar mãos à obra. A obra em questão era um desenho de sua mãe, Lydia Dana, com um brinco. A homenageada gostou tanto que resolveu fabricar a peça e vendê-la em sua joalheria. O nome Teju-Açu, dado à joia, foi inspirado no nome da pousada que ficaram hospedados em Noronha. Depois dessa, algumas outras peças foram desenhadas e, um tempo depois, mãe e filho decidiram que seria justo Anthony ganhar uma comissão por cada peça dele vendida. Com o trato feito, Anthony entrou de vez para o universo das joias.


Cada coleção leva aproximadamente o ano todo para ficar pronta. A próxima, que será lançada no fim deste ano, já está sendo desenvolvida.
– Vai ser com referência nas mulheres que marcaram a história do mundo, como a Marilyn Monroe, a Frida Kahlo, a Édith Piaf. A gente vai pegar todas essas mulheres que foram muito importantes, fazer uma pesquisa e ver no que vai dar.
– Ele não suportava o cheiro do cigarro, mas supera isso para poder se lembrar da garota que amou. Este roteiro tem um pouco de experiência minha. Acho que o que eu mais gosto é o drama mesmo, não gosto muito de comédia. Eu gosto de fazer os outros chorarem, também de felicidade. Gosto de coisas emocionantes. Até quando eu desenho joias eu penso nisso. A poesia é um refúgio. Eu comecei a escrever porque tinham coisas que me faziam muito mal e eu precisava tirar aquelas coisas de dentro de mim. E quando eu escrevi pela primeira vez, vi que aquilo me deu um alívio muito grande.
Anthony acredita que a arte está dentro dele. Mas pondera dizendo que não conseguiria fazer nada do que faz (além de escrever e desenhar, ele atua, dirige, toca violão) se fosse muito organizado.
– Mexer com números e coisas muito racionais, eu jamais conseguiria fazer. Eu sou completamente o oposto, sou um animal, não penso em nada antes de fazer, simplesmente vou fazendo. Qualquer coisa que eu faço, é como se fosse um vômito da minha própria pessoa que não aguenta mais. Eu não conseguiria ser feliz fazendo coisas que não fossem relacionadas à emoção.
Que continue assim, porque, como escreveu Henry Van Dyke,
“O tempo é muito lento para os que esperam,
muito rápido para os que têm medo,
muito longo para os que lamentam,
muito curto para os que festejam,
mas, para os que amam, o tempo é eterno”.
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